São cinco derrotas, cinco empates e duas vitórias (ambas no Beira-Rio), sendo uma sobre o Cruzeiro, com um jogador a mais, e outra, a última, há dois meses, contra o fragilizado Juventude.
É uma campanha pífia. Vergonhosa.
Na Copa do Brasil, sofremos para ganhar em casa do Maracanã.
Se não fosse a virada difícil no segundo tempo contra o Bahia, já teríamos dado adeus à Libertadores. Ou seja, fomos os primeiros no grupo da morte por um detalhe, mas somos um morto-vivo. Houve grandes chances de sermos eliminados também por um detalhe.
No conjunto da temporada, nada justifica o trabalho de Roger Machado. Eu adoro sua personalidade, mas ele possui um histórico de começar bem e depois desandar. Foi assim no Palmeiras, no Atlético Mineiro, no Fluminense. É litrão: só tem gás no começo. Suas melhores largadas se resumem ao comando de equipes gaúchas.
Tudo é penoso. Previsível. O elenco joga mole. Será carência de qualidade ou de qualificação?
Wesley desaprendeu a atacar. Enner desaprendeu a fazer gol. Bruno Henrique e Thiago Maia desaprenderam a desarmar. Anthoni ostenta a pior média de defesas de um goleiro no país. Quando ele não falha, tampouco salva.
Se o Galo tivesse Anthoni debaixo das traves na derrota de quinta-feira, em Belo Horizonte, e não Everson, o chute de Borré e a cabeçada de Juninho teriam entrado.
Em todos os confrontos — tirando a Copa do Brasil, o empate com o Fortaleza e o triunfo sobre o Nacional — o Inter levou gol. Somos uma defesa vazada por excelência. Um exemplo de vulnerabilidade. Sempre saímos atrás no marcador.
A recorrência não é problema do técnico?
A hora da mudança é agora, aproveitando a pausa para recuperar a mentalidade vencedora. Para resgatar a mínima esperança de reequilibrar as finanças. Nossa dívida está perto de um bilhão.
Conhecemos o roteiro. Fingimos tranquilidade até cairmos da Libertadores e da Copa do Brasil. Vem um novo treinador tarde demais, que talvez nos redima no Brasileiro e alcance uma vaga no G-6. Torna-se um messias. É renovado o seu contrato. A direção defende a ideia de continuidade e de planejamento com a pré-temporada.
Há quinze anos, a partir desse interminável ciclo vicioso, não conquistamos um título de relevância. Debutamos na miséria.
Clube grande não age desse jeito. Não vive de milagres e de desculpas.